quinta-feira, 25 de agosto de 2016

"Quem sou eu quando digo 'eu'?"


Começo com o questionamento baseado num texto  de Poulet, que fala sobre o "eu" leitor e nada tem a ver com grandes dilemas cotidianos. Mas por que essa frase se encaixa tanto com meus incômodos mentais?

Será mesmo que eu sou o que eu quero ser? Ou será que eu sou o reflexo da sociedade na qual eu vivo? E o que é o outro quando ele ordena "seja isso"? É ele mesmo ou apenas um canal de repetição de um discurso? E o que eu exijo de mim mesma?

Penso que essa série de questionamentos expressa um misto de descontentamento e desprezo pela humanidade, alto índice de que a depressão está batendo à porta.

Esse ódio é da humanidade em si ou simplesmente odeio conhecê-la em suas mais profundas fraquezas? Desprezo porque reconheço nela meus próprios defeitos? Afinal, faço parte da humanidade, não é mesmo?

Sobre a depressão, até que ponto eu estou doente e até que ponto a sociedade está doente? E até que ponto a sociedade me torna uma pessoa doente?

Eu odeio a humanidade ou eu odeio a sociedade? Muitas perguntas.

"Trabalhe, estude, socialize, seja politicamente correta, transe (mas não se apaixone), esteja linda, aparente felicidade, CREIA NA HUMANIDADE (!!!!), fique calma... Isso, calma... Não tenha uma crise!".

E essas ordens? São de uma sociedade para mim ou vêm de mim para mim mesma? Complicado.

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